Maria Júlia Coutinho, jornalista de meteorologia do Jornal Nacional, foi alvo de racistas nas redes sociais |
E não para por aí, em 2006 um dos principais nome nas organizações globo, Ali Kamel, um dos cabeças da TV Globo lançou um livro chamado "Não somos racistas", trazendo dados e argumentos tentando nos ensinar que o racismo não existe no Brasil, como se o que fizesse o povo negro sofrer hoje fossem apenas pequenos vestígios deixados pela escravidão. O que soou meio incoerente pois menos de 10 anos depois os jornalistas e artistas da globo, entre eles William Bonner e Patrícia Poeta, colegas da Maria Júlio Coutinho no Jornal Nacional, estariam participando da campanha #SomosTodosMajú como uma luta contra o racismo. (irreal segundo Ali Kamel)
É justo que a globo e seus funcionários tenham o direito de se expressar e falar sobre o racismo, mas essa não é uma causa da TV Globo, pois eles sabem que a única maneira da mídia ser preenchida por negros e negras de forma coerente a população é com a democratização da mídia, seguem alguns dados levantados pela revista Exame que refutam a opinião de Ali Kamel:
-Taxa de analfabetismo é duas vezes maior entre os negros
Em 2013, a população branca tinha 8,8 anos de estudo em média, já a negra, 7,2 anos. A diferença, no entanto, já foi maior. Em 1997, os brancos chegavam a estudar por 6,7 anos em média e os negros paravam nos 4,5 anos – isso seria o equivalente ao primeiro ciclo do ensino fundamental.
Mesmo assim, a taxa de analfabetismo entre os negros (11,5) é mais de duas vezes maior que entre os brancos (5,2).
- Renda dos negros é 40% menor que a dos brancos
Rendimentos médios reais recebidos no mês
Raça/Cor | Renda média |
---|---|
Brancos | R$ 1.607,76 |
Negros | R$ 921,18 |
Brasil | R$ 1.222,90 |
- Joaquim Barbosa foi o primeiro presidente negro do STF
Antes de Joaquim Barbosa, o Supremo Tribunal Federal teve apenas outros dois ministros negros. O último deles, Hermenegildo de Barro, saiu do cargo em 1931. Ou seja, a corte ficou 72 anos sem nenhum representante afrodescendente. Em 2012, Barbosa se tornou o primeiro presidente negro da mais alta corte do país.
E como o preconceito vai além do espaço que a sociedade permite ao
negro, mas também a qualidade e perspectiva de vida, temos também um
dado importantíssimo sobre o assunto: segundo a Anistia Internacional em
2012, 56.000 pessoas foram assassinadas no Brasil. Destas, 30.000 são
jovens entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros. A maioria dos
homicídios é praticado por armas de fogo, e menos de 8% dos casos chegam
a ser julgados.
A realidade do Negro no Brasil não é fácil, batemos no peito que somos o
país da diversidade, mas até onde essa diversidade é respeitada e até
onde ela é tolerada? "Se não fôssemos racistas, Roberto Marinho não
passaria pó de arroz para embranquecer a pele morena, conforme conta
Pedro Bial na biografia que escreveu sobre o dono da Globo."
Lucas D.
#SomosTodosÁfrica
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