domingo, 2 de agosto de 2015

Na briga dos transportes onde estão os direitos do povo? Uma falsa polêmica onde prefeito e vereadores jogam no time dos empresários.

A briga pelo monopólio do ramo dos transportes se acirrou na cidade. De um lado, os poderosos do consórcio São Gonçalo (formado pelas autoviações Icaraí, Galo Branco e Estrela) que pressionam para serem os únicos a realizar transporte público municipal e intermunicipal; de outro os motoristas de van, tentando buscar seu espaço no transporte público.
Há pouco tempo o decreto do prefeito para as vans circularem na cidade foi cassado pelo Tribunal de Justiça do Estado devido a liminar que os empresários de ônibus puseram. O que fez com que do dia para noite 400 pessoas que trabalhavam no ramo de transporte das vans ficassem desempregadas e as opções de transporte público diminuíssem na cidade. O que além de prejudicar diretamente esses trabalhadores, prejudicou toda a população, tendo a oferta de transporte público diminuída.
É preciso lembrar, nesse sentido, que nossa cidade contém mais de 1 milhão de habitantes, entre eles jovens e trabalhadores que se deslocam diariamente entre outras três cidades (Itaboraí, Niterói e Rio capital), além da própria SG. O que nos leva a refletir que nossa real necessidade está em transportes de massas – infelizmente presentes só nas falsas promessas de campanhas eleitorais, como a linha 3 do metrô e das barcas.
Todos os dias a história se repete, ônibus lotados em péssimas condições com tarifas absurdas. A lorota do prefeito da passagem por 1,50 foi derrubada na justiça em uma jogada já ensaiada entre os poderosos. Ainda que proposta de legalização das vans passasse continuaríamos nas mesmas condições, reféns das tarifas altas e dos engarrafamentos que nos prendem cada vez mais, nos levando a altos níveis de estresse prejudiciais à saúde, inclusive. Nos faltam reais transportes de massa como barcas e metrô.
Enquanto isso, empresários de ônibus brasileiros tem contas com milhões descobertas na Suíça e aqui em São Gonçalo, Neilton Mulim faz um jogo de cartas marcadas com sua base na câmara para não se queimar. Em vez de enviar um decreto que vá ao encontro dos trabalhadores das vans, prefere fazer o falso papel de bom moço, propondo um projeto cuja a votação já está acertada nos bastidores, mantendo o compromisso com o interesse dos empresários e seu lucro.
Onde estão os direitos da juventude?
Há dois anos foi engavetado o projeto de lei que concedia meio passe livre estudantil aos jovens universitários da cidade. Apesar de defendermos o passe livre por inteiro e a extensão dele aos estudantes de escola pública nos fins de semana, como garantida do nosso acesso à cultura, nem mesmo o meio projeto avançou, ficou pelo caminho. Nossa juventude, já precarizada pela crise que assola o país, não pode continuar refém das politicagens locais.
Com isso, não deixamos de defender o direito dos trabalhadores explorados, sejam eles motoristas de ônibus ou de vans, pois são reféns da mesma lógica do lucro que interessam aos patrões, o principal motivo dessa disputa. Os ventos de junho que atravessaram a Baía de Guanabara em 2013 não morreram, ainda é necessário que nossa juventude e nossa população se organize para fazer valer o que é nosso por direito.
Queremos passe livre geral e irrestrito, tarifa zero, fim do micro-ônibus e transporte de massas em São Gonçalo, vamos por mais!

Texto escrito por Fernando Barcellos e Pedro "Heman" integrantes do movimento Juntos! São Gonçalo.

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